domingo, 21 de setembro de 2014

Capítulo três - maratona 2/5

Maya on 

Ainda estava escuro quando acordei. As lágrimas que secaram me deram um certo incomodo no rosto. A única coisa que iluminava o quarto ,era a luminosidade que vinha da janela .
 
Assendi o abajur que tinha em cima da minha cômoda , que estava do lado da cama. Tentei me lembrar de alguma coisa de ontem. Eu tinha saindo dado passeio...fui a praça e ... O garoto. Não sei o que tinha dado em mim pra correr daquele jeito e... O MEU DEUS !!! Eu usei magia na frente de humanos! Mas acho que foi tão rápido que nem perceberam. Pelo menos , e o que eu espero. Não importa porque depois de ontem,não vou poder sair nunca mais daqui. 

Me levantei da cama e fui em direção ao espelho que tinha ao lado da porta. Me observei atentamente. Pra alguém com um século de vida , eu estava ótima; afinal , eu não envelheço. Estou presa nesse corpo de adolescente para sempre. Meus cabelos ruivos e copridos eram os sinais de minha descendência. Todas conjuradoras que pertenciam ao clã oeste tinham cabelos ruivos. Essa era uma das poucas coisas que eu sei sobre mim mesma . Ao que parece, as mulheres do clã oeste usavam o corpo pra destrair os humanos que as tentavam matar ,na época das bruxas de salem.
Acho que minha beleza não é certamente ..."comum". Eu parecia uma pintura de michelangelo. Minha pele era clara e de aparência delicada , meu corpo cheio de curvas era digno de uma deusa. Mas nada disso adiantava se eu não era feliz . Do que adianta a imortalidade se não tenho uma "vida "?!

Me virei de um lado pro outro tentando ter uma visão melhor do meu corpo . Minha feição era de tristeza. Tudo em mim era tristeza. Ah, se as pessoas soubessem a sorte que tem...eles se apaixonam , tem amigos e nós ... Bom, nos não temos nada. Graças a eles , nossas vidas são um inferno. Somos aberrações da natureza para eles. E por isso nos mantemos escondidos pelo mundo . 

Meus pensamentos foram interrompidos por alguém que estava fungando na porta. Caminhei até a porta e a abri , e me deparei com uma coisa peluda. Molly estava em minha porta ,com um olhar suplicando  por carinho. Achei ela no portão de casa há alguns meses atrás, toda machucada. Aquela pequena fofura estava toda ensangüentada . Parece que alguns dos crocodilos ,que tinham nos pântanos por perto , a morderá na perna direita da parte de trás . Infelizmente , tivemos que retirar sua perna. 

Ela pulava sem parar em minha perna para pega lá no colo. Eu a peguei e a levei junto a mim até minha cama. Fiquei brincando com ela por um tempo até observar a fotografia de minha mãe na cômoda . Era a única que eu tinha dela. Ela era tão bonita e elegante . Acho que ela não teria orgulho de mim . Não tinha nada dela. Connie me contou sobre ela num dia desses e me contou de como ela era querida, mas quando o assunto era meu pai , ela se recusava a falar . 
Alguém estava batendo em minha porta .
 
- Entra - falei me ajeitando 

- licença - Adam entrou no quarto e sentou em minha cama. 

- O que esta fazendo aqui essa hora da noite ? - disse tentando não parecer grossa. 

- Queria saber o que aconteceu ontem.
 
- Eu estava cansada de não ter uma vida . 
- Como assim ? 

- Estava cansada de sempre estar aqui ter sempre a mesma rotina , ver sempre as mesmas pessoas 

- não gosta das pessoas daqui ?
 
- claro que gosto , mas estou cansada de ver as pessoas crescerem , viverem e morrem. 

- E e por isso que você não vai até o mundo a fora. Assim, evita de se chatear.
 
- Mas eu quero vê-los. Quero ir pra escola e...- ele me interrompeu 

- você era tachada na escola na época que deixei você ir 

- mas foi a melhor época da minha vida ! -pode parecer loucura mas eu vi o mundo pela primeira vez. Eu descobri o que era ter amigos ,mesmo só tendo Lyla como amiga. Eu entrei num ônibus pela primeira vez , eu comi um hambúrguer pela primeira vez, vi o que era professores ensinando ; e pra mim isso e uma vitória .

- você nunca mais vai sair daqui. Não gosto dessas idéias em sua cabeça. 

- mas por que ? Por que não posso sair e ter uma vida pela primeira vez? 

- por que não!! - falou com a voz alterada 

- por favor , me deixe ir a escola - disse com voz falha 

-NÃO!!!- ele levantou num impulso tão grande que assustou molly , que estava em meu colo. 

- por favor , por favor - supliquei com a voz embreagada por conta do choro 

- já disse que não e tire essa idéia de sua cabeça. - ele saiu pisando duro e bateu a porta ao sair. 
Fiquei só e o silêncio foi tomado pelo som de meu choro. 

Continua:::::::: desculpa pela demora , mas tava arrumando umas coisas aqui no blog ainda falta dar uns ajustes e tals. 
Vou publicar o resto da maratona amanhã okay ? Bjs e comentem ;)



 


Um comentário:

  1. Preciso de ler mais. Ainda não sei nem o que pensar sobre esses três capítulos que eu já li.
    Posta logo.
    Beijos.

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